Mudanças

Mudanças Rafael Lima 4 de julho de 2022

Mudanças

Este é um assunto muito debatido nas academias, nas rodas sociais e nos diversos ambientes familiares e empresariais que suscita questionamentos, impactos, expectativas, boas e ruins, frustrações e motivações. Para os que passam pelo processo é um tema absolutamente certo, partindo do princípio de que nada é estático! Mudam as regras, os cenários, muda o clima e as aparências. Para alguns, as mudanças parecem algo assustador, pavoroso, inadministrável. Para outros, um desafio, uma excitação positiva, uma possibilidade de evolução. Entretanto, para todos significa um processo complexo, delicado, onde as energias são sugadas, puxadas, como algo invisível que extrai forças e capacidades. Nem sempre as mudanças começam como algo anunciado. Muitas vezes elas iniciam como algo impensado, inesperado, mas sentido, quando aqui e acolá surgem notícias ou situações totalmente novas, fruto daquilo que não se planejou. Ou ainda, surgem de falhas nas rotinas ou práticas com resultados inesperados, onde a surpresa ou o silêncio se espalham e paralisam, dificultando a capacidade de compreensão, atrapalhando o raciocínio e as formas de compreensão. A mente, como antena invisível ligada, passa a filtrar todas as possibilidades e caminhos possíveis para desatar o nó da incompreensão, daquilo que não se pode palpar, mas que chega como uma ansiedade, um desconforto ou um pressentimento. Mas a mudança assim mesmo vai chegando. Por vezes devagar, silenciosa, evolutiva, dando oportunidade para que se respire e se tome fôlego para o próximo passo. Outras vezes a mudança chega de forma intempestiva, quando a sensação é de que o que acontece é parte de um filme surreal, e que não recai sobre a sua própria pessoa, mas em outras, porque, de certa forma, impensável. Na verdade, algumas questões possivelmente podem ser trabalhadas para minimizar a falta de fôlego, a ansiedade, o medo e as dúvidas, de um processo que revira as entranhas, a alma, o raciocínio e a disposição de quem se sente atingido. Admitir que a mudança é real, este é o primeiro passo. Não negá-la e, se possível, compartilhá-la com alguém da sua confiança. Em seguida, será importante avaliar se irremediável ou irreversível e, diante do fato, o que se pode fazer de imediato para encará-la nos seus aspectos positivos ou negativos. O que depende exclusivamente de mim ou de terceiros? E, por fim, compreender que a vida é feita de ciclos. Termina um, começa outro, e assim sucessivamente. Somos passageiros da vida. E como tal, deixamos em cada estação um pouco do que conseguimos vivenciar, fazendo a nossa própria história com um colorido especial e singular. Melhor do que lamentar-se ou queixar-se pelos cantos será reagir, chorando ou sorrindo, mas sem perder o foco. Algo sempre precisa ser feito. Deixar a responsabilidade por conta de terceiros é tentar omitir-se de si mesmo. É negar-se, excluindo as chances de experimentar o sabor das vivências, das tentativas de acerto e, com tal exercício, de construir a sua própria evolução. De fato, cada um de nós tem a sua zona de conforto como uma proteção, um escudo para as ameaças que sobressaltam o imaginário do ser humano. Mais fácil do que encontrar saídas é construir “monstros” inibidores da ação. Portanto, será mais saudável tentar e tentar mudar. Se não der certo, paciência. Faz parte do conjunto da obra. Como diz a letra da música, “Viver e não ter a vergonha de ser feliz”.

Profa. Criseida Alves Lima
Conselheira Acadêmica da UniJaguaribe

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