As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar em 24 de fevereiro de 1932, por meio do Decreto 21.076, do então presidente Getúlio Vargas, que instituiu o Código Eleitoral. Vargas chefiava o governo provisório desde o final de 1930, quando havia liderado um movimento civil-militar que depôs o presidente Washington Luís. Uma das bandeiras desse movimento (Revolução de 30) era a reforma eleitoral. O decreto também criou a Justiça Eleitoral e instituiu o voto secreto.
Em 1933, houve eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, e as mulheres puderam votar e ser votadas pela primeira vez. A Constituinte elaborou uma nova Constituição, que entrou em vigor em 1934, consolidando o voto feminino – uma conquista do movimento feminista da época.
No Brasil, algumas mulheres tiveram destaque nessa luta, Bertha Lutz é conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras. Ela se empenhou pela aprovação da legislação que outorgou o direito às mulheres de votar e de serem votadas.
Em 1922, Bertha representou as brasileiras na Assembleia-Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos, sendo eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. Lutz, e a feminista anarquista Maria Lacerda de Moura fundaram, ao lado de outras pioneiras, a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher, que lutava pelo sufrágio feminino no país e que foi o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Somente dez anos depois do ingresso das brasileiras na Liga das Mulheres Eleitoras, em 1932, por decreto-lei do presidente Getúlio Vargas, foi estabelecido o direito de voto feminino.
Temos também, o exemplo da professora Celina Guimarães, que mesmo antes de 1932, consta como a primeira eleitora brasileira. Celina é mencionada no eleitorado do Município de Mossoró (RN). Isso só aconteceu, porque naquele momento, o Estado do Rio Grande do Norte, também vanguardista, promulgou a Lei nº 660, estabelecendo a não distinção de sexo para o exercício do voto.
A batalha pelo sufrágio feminino, trata-se de um movimento social, político e econômico, levando grandes mulheres a promoverem algumas conquistas muito significativas. Nísia Floresta, no ano de 1832, publicou “Direitos das mulheres e injustiças dos homens”. Em sua publicação, ela exigia igualdade e educação para todas as mulheres. Para Nísia Floresta, as dificuldades que as mulheres enfrentavam se dava pela ignorância a que eram mantidas, uma vez que não tinham instrução e não podiam participar da vida pública; não participando da vida pública, continuavam sem instrução, e isso se tornara um ciclo vicioso.
Depois da proclamação da República, este cenário ganhou mais força, a vida urbana se modificou e com as mudanças encontradas pelo novo sistema político se criou caminhos, bem como se conceberam novas organizações para outras lutas.
Hoje o papel da mulher na sociedade é muito importante, deixou de ter apenas a atribuição de ser dona de casa, esposa e mãe que cuida dos filhos, podendo, dentre muitos, fazer o que quiser, como ter o direito de se candidatar e ser eleita, participando efetivamente dos centros de decisão do país.
Fontes:http://www.abrat.adv.br/index.php/textos/8954-voto-feminino-e-sua-importancia-para-a-construcao-de-uma-sociedade-mais-justa https://ead.pucpr.br/blog/voto-feminino-no-brasil