A realidade do público LGBTQIA+ no Brasil ainda é bastante difícil, em especial para as pessoas trans.

Em cidades pequenas, no interior do Nordeste, a vida destas pessoas é ainda mais desafiadora. As famílias essencialmente machistas, com pouca instrução, são o primeiro obstáculo ao desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Dentro da própria casa, nas salas de aula, que já possuíam precárias condições de estrutura, o dia a dia chega a ser insuportável, onde ataques verbais e até mesmo físicos são constantes. A evasão escolar é comum e a baixa escolaridade as deixam mais vulneráveis e inseguras quanto ao futuro. 

Sem respeito, sem o direito à dignidade, em condições injustas de colocação no mercado de trabalho por não conseguirem se qualificar em um ambiente tão hostil, a vida de uma pessoa trans, muitas vezes, é uma sobrevida. O risco do trabalho na noite, na prostituição, para onde vão sem ter oportunidades, é alto. Cada saída de casa é uma chance de não ter volta. 

O objetivo do projeto Trans-Formação é mudar a vida de pessoas trans, que trabalham na prostituição, através de ações de qualificação, apoio psicológico, consultorias para preparação de currículo e também inserção no mercado de trabalho. Uma transformação para uma vida com autoestima, respeito e direitos. 

O projeto é inovador no Ceará e a ideia é que seja o projeto-piloto para o desenvolvimento de um programa maior em todo o interior do estado, que tenha como meta a inclusão através de parcerias institucionais como universidades, faculdades, Senac, Sebrae, CDLs e organizações LGBTQIA+.